O prefeito de Santa Luzia, Paulo Bigodinho (Avante), demitiu um médico que se se recusou a reforçar o atendimento geral da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) São Benedito. O caso aconteceu no último sábado (18) e foi registrado nas redes sociais de Bigodinho, que fazia uma visita surpresa à unidade de saúde do município da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
O médico, cuja identidade não foi divulgada, estava na sala de descanso quando foi abordado pelo prefeito, que o questionou sobre a possibilidade de ajudar no atendimento geral. O profissional, por sua vez, disse que sua função era voltada exclusivamente para atendimento de urgência.
“Leva a mal não, mas eu vim para dar plantão na sala de urgência. Não é minha responsabilidade (o atendimento geral), minha responsabilidade é a sala de urgência”, respondeu o médico. “É complicado a gente ficar fazendo esse tipo de coisa, porque a gente vai acabar assumindo uma função que não é nossa”, acrescentou.
Incomodado com a negativa do médico, Bigodinho, então, o informa da demissão. “Então não tem jeito? Você pode ajudar hoje? Não pode? Então é seu último dia aqui”, disse o prefeito de Santa Luzia.
“Santa Luzia, agora, tem que trabalhar. Se não for para trabalhar, não precisa vir. É o que a gente pede para todos os nossos colaboradores. O médico está lá só para urgência. E está lotado lá fora. Então, se não chegar uma urgência, ele não pode atender? Então, para mim, já não funciona mais. Esse (médico) aí já não vem mais. Hoje é o último dia dele aqui”, finaliza Bigodinho no vídeo.
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Procurada, a Medplus Serviços Médicos, responsável pelo profissional, afirmou que não era obrigação do médico realizar o atendimento geral na UPA. “A Medplus informa que o médico em questão foi contratado para trabalhar em atendimentos de casos de urgência e emergência na UPA São Benedito, de Santa Luzia (MG)”, disse a empresa.
Após a explicação da empresa, a reportagem voltou a procurar o prefeito, que disse não concordar com a justificativa apresentada e que manterá a demissão. “Os profissionais contratados pelas unidades de pronto atendimento são habilitados para atenderem as urgências e emergências, não há no contrato a especificação de contratação de médico específico de sala de urgência. Entendemos que a UPA é uma unidade de urgência e emergência, sendo assim, todos os médicos são habilitados para tal”, enfatizou.
“Desta forma, é obrigação legal da empresa cumprir fiel e integralmente as cláusulas contratuais, que não podem ser deliberadamente descumpridas por ‘combinados’ ou ‘acordos informais’ realizados com a gestão passada, como se depreende da fala do médico contratado pela empresa Medplus no vídeo divulgado”, complementou Bigodinho.