Cerca de 15 quilômetros separam a avenida dos Andradas, onde desfilou o bloco Volta Belchior, no bairro Pompeia, região Leste de Belo Horizonte, da casa da foliona Fernanda Pacheco, de 39 anos, no bairro Castelo, região da Pampulha. Se normalmente uma corrida por aplicativo custaria menos de R$ 40, no início da noite deste sábado (1º) de Carnaval, o valor estava quase três vezes maior: R$ 110.
“Eu me assustei quando vi o preço da corrida”, afirmou Fernanda, que trabalha como analista de programas internacionais. “Na ida para o Carnaval, foi tranquilo. Mas foi bem mais cedo, por volta das 10h. Agora, na volta para casa, por volta das 18h, é que o bicho está pegando”, comentou Fernanda.
Outros foliões também enfrentaram dificuldades para conseguir corridas por aplicativo. A estudante de psicologia Thaís Nepomuceno, de 21 anos, demorou mais de 20 minutos para conseguir um motorista que a levasse do bairro Luxemburgo, região Centro-Sul de Belo Horizonte, até a avenida dos Andradas, no bairro Pompeia, região Leste.
“O trânsito está péssimo e não se acha motorista. Um motorista chegou a aceitar, esperamos 11 minutos, mas depois ele cancelou. Agora já imaginamos o sofrimento para conseguir voltar. Está muito difícil mesmo conseguir motorista para andar em Belo Horizonte”, comentou.
Motoristas estão evitando o centro
Motorista de aplicativo ouvido pela reportagem, Humberto Renam, de 33 anos, afirmou que muitos trabalhadores do setor estão evitando o centro de Belo Horizonte devido às interdições e ao trânsito lento. “No máximo até o metrô”, afirmou.
Ele conta que participa de diversos grupos de motoristas de aplicativo, e todos são unânimes ao dizer que vão evitar o centro da cidade. “É muito difícil se aproximar dos blocos em si. Às vezes, o folião não entende e fica chateado com a gente”, diz.