Polícia SANTA LUZIA
Criança de seis anos morre após ser atendida e liberada de UPA em Santa Luzia
Família questiona conduta dos médicos e polícia precisou ser acionada após confusão no local.
27/08/2025 20h31
Por: Diego Jorge Fonte: g1

Uma criança de seis anos morreu na tarde desta quarta-feira (27/08) na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no Hospital Municipal Madalena Parrillo Calixto, no Centro de Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Segundo familiares, Nicolas Gabriel Brito Figueiredo passou mal durante a manhã, com episódios de diarreia e vômito, e foi levado pela mãe à unidade de saúde.

Ainda de acordo com os relatos, a criança recebeu soro, dipirona e Benzetacil, permanecendo em observação por cerca de duas horas. Em seguida, foi liberada.

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Pouco após deixar o hospital, ainda na rua da unidade, Nicolas começou a gritar por socorro e começou a convulsionar.

A família conta, ainda, que pessoas que estavam no local ajudaram a mãe a carregar o menino de volta ao hospital, onde ele chegou em parada cardiorrespiratória.

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Segundo os parentes, o atendimento médico demorou, e o menino sofreu uma segunda parada antes de receber os primeiros cuidados. Ele não resistiu e faleceu.

Em nota, a Prefeitura de Santa Luzia afirmou que lamenta a morte do pequeno. Informou que o menino foi avaliado, medicado, permaneceu em observação e recebeu alta após melhora clínica, mas retornou em estado grave e não resistiu.

Disse, ainda, que determinou a apuração do caso e que, até o momento, não foram identificados indícios de negligência ou imperícia no atendimento.

"Ele ficou duas horas aqui [no hospital]. Durante a consulta, o médico sempre pergunta se tem algum problema de saúde ou alergia a algum medicamento e a resposta foi não, pras duas. Mesmo assim, o médico foi cuidadoso em deixar duas horas aqui [em observação]. Desse intervalo, que saiu daqui, pro ponto de ônibus, pra ir pra casa, ele teve mal estar, voltou imediatamente e foi pra sala de urgência. Fez a parada cardíaca, foi prontamente atendido, mas, apesar de mais de 45 minutos de investimento, não resistiu. A gente não sabe o que pode ter acontecido, por isso pedi apoio do Instituto Médico Legal para a gente ver o que aconteceu", disse Jonatan Cristiano Tibúrcio, diretor técnico do hospital e da UPA.

Nicolas completaria 7 anos no próximo domingo (1º) e tinha uma festa de aniversário já organizada, segundo a família. Ele deixa um irmão de três meses.

"A gente quer que apure, né. Se for erro, a gente quer justiça. Porque o menino ia fazer sete anos, uma vida toda pela frente. Por causa de erro médico acontecer isso? O coração tá partido. Estou pedindo a Deus força para minha filha", desabafou Shirley Cristina Maciel, avó de Gabriel.
O pai e a mãe do menino registraram ocorrência na delegacia. A reportagem procurou a Polícia Civil e não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.