Polícia ITABIRA
Polícia indicia pai de santo suspeito de crime sexual em Itabira
Cleberson Ribeiro deve responder por seis importunações e nove violações sexuais mediante fraude, segundo a Polícia Civil. Defesa fala em presunção de inocência.
18/09/2025 17h46
Por: Diego Jorge

O pai de santo Cleberson Ribeiro, de 47 anos, investigado por abusar sexualmente de mulheres durante rituais de religião de matriz africana, foi indiciado pela Polícia Civil. Segundo a instituição, ele deve responder criminalmente por seis importunações sexuais e nove violações sexuais mediante fraude.

No último 9 de setembro, o homem foi preso preventivamente em Itabira, na Região Central de Minas Gerais (veja vídeo acima). As investigações apontaram que ele teria feito pelo menos 12 vítimas, com idades entre 24 e 42 anos.

No dia da prisão, o advogado dele negou os crimes, afirmando que os rituais não tinham conotação sexual ou intuito de causar constrangimento e estavam em "consonância com fundamentos do candomblé e da quimbanda". Nesta quinta-feira (18/09), a defesa informou que não teve acesso à íntegra do relatório final apresentado pela polícia.

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"Reitera-se que o investigado é presumido inocente até o trânsito em julgado de eventual sentença condenatória. Nesse sentido, reafirmamos o compromisso com a verdade, com o direito de ampla defesa e com a busca pela adequada elucidação dos fatos", completou o advogado Túlio Moreira.
Com a conclusão das investigações, o inquérito policial foi remetido ao Ministério Público, que analisará as provas coletadas no caso para, eventualmente, denunciar o pai de santo à Justiça. Se a denúncia for aceita, o acusado vira réu e vai a julgamento.

“A apuração foi minuciosa e sensível, considerando a gravidade dos fatos e a vulnerabilidade das vítimas. Nosso compromisso é garantir que esses crimes não fiquem impunes e que as vítimas sejam acolhidas e protegidas”, afirmou o delegado João Martins Teixeira.

Investigações
O caso foi apurado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) da cidade. De acordo com a instituição, o homem dizia incorporar um espírito e alegava às vítimas que as práticas sexuais tinham o propósito de trazer benefícios espirituais e curas físicas.

Conforme o delegado João Martins Teixeira, foram relatados pactos com atos libidinosos e banhos em que o líder religioso untava as mulheres nuas com alimentos. “O suspeito prometia curar enfermidades de algumas vítimas por meio de atos sexuais praticados com elas”, destacou.