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Passo dado
Colunista Júlio Couto
20/09/2025 09h13
Por: Redação
Júlio Couto é professor na rede pública do estado de Minas Gerais. Graduado em Letras pela PUC Minas.

Na última semana terminou o julgamento de uma parte dos réus envolvidos, segundo a investigação da Polícia Federal, no ato de tentativa de golpe de Estado. Com o placar bem desfavorável aos envolvidos, os ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal decidiram pela condenação de ambos denunciados.

Além da condenação é preciso que os condenados cumpram a pena, como outro cidadão comum cumpriria. É preciso deixar claro que o malfeito não compensa para ninguém. É preciso também acabar com a cultura da cadeia apenas para os menos favorecidos economicamente, como o senso comum demonstra.

Há muitas críticas contra o judiciário em torno da condenação dos réus que foram julgados pela primeira turma do STF. Será que se esses réus fossem cidadãos sem nenhum destaque político, alto poder econômico, teriam eles algum apoio e manifesto da sociedade em seu favor. Esses réus poderiam contar com apoio, principalmente de parlamentares do alto escalação do poder legislativo brasileiro? Fosse um assalariado teria tantos aparatos em sua defesa, como, por exemplo, o projeto de anistia que já está sendo discutido entre alguns parlamentares, principalmente por parte daqueles que possuem certas afinidades com os possíveis condenados pela tentativa de golpe? Questões como essas nos fazem refletir sobre a conduta daqueles que têm algum privilégio e conhecimento das regras e mesmo assim não temem em cometerem erros, pois acreditam em soluções eficazes para o livramento de qualquer punição.

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É preciso entender que as normas constitucionais, em tese, são elaboradas em favor da organização da sociedade. Nesse sentido, a sua aplicabilidade deve abranger a todos de modo imparcial, tanto para aqueles responsáveis pelo julgamento quanto para quem será julgado. Além disso, ninguém pode e nem deve se colocar acima da lei, independente de posição social e qualquer meio de prestígio.