O intérprete da Portela, Gilsinho, de 55 anos, faleceu nesta terça-feira (30/09) no Rio de Janeiro, vítima de complicações após passar por uma cirurgia bariátrica. Amigos próximos afirmam que ele recebeu alta no último sábado (27), mas começou a apresentar problemas de saúde na segunda-feira, evoluindo para o óbito.
Gilsinho iniciou sua trajetória na Portela em 2006 e também era conhecido por sua participação na Tom Maior, de São Paulo. Reconhecido pela voz potente e carisma, o cantor contagiava o público ainda no esquenta da Sapucaí. Filho de Jorge do Violão, da Velha Guarda da Portela, e afilhado do compositor Casquinha, Gilsinho tinha profunda ligação com a tradição do samba.
No Carnaval deste ano, ele emocionou ao interpretar “Maria Maria” em homenagem a Milton Nascimento, e ao longo da carreira prestou tributo a artistas como Clara Nunes e Xangô. Seu famoso grito de guerra, “Vai na Ginga, Portela!”, se tornou símbolo de sua energia e paixão pela escola.
A Portela decretou luto oficial de três dias em homenagem ao cantor. “Sua voz embalou momentos inesquecíveis e marcou profundamente o Carnaval do Brasil. Gilsinho será sempre lembrado como a alma portelense”, declarou a agremiação.
Outras escolas de samba, como Salgueiro, Mocidade, Paraíso do Tuiuti e Acadêmicos de Niterói, também expressaram pesar, assim como a Tom Maior, que chamou Gilsinho de “eterno e inesquecível”. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, lamentou a perda: “Gilsinho transformava letras e melodias em experiência coletiva. Vai fazer muita falta ao Carnaval carioca.”