O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu aliados e militantes de diversos partidos em um evento de pré-campanha na noite desta segunda-feira (9), no Expominas, na região Oeste de Belo Horizonte. Durante seu discurso, que durou cerca de 30 minutos, Lula agradeceu aos mineiros, dizendo que ele sempre venceu as eleições em Minas, e relembrou histórias ligadas ao sindicalismo no Estado. 

Lula também criticou Bolsonaro, disse que reuniu pessoas com ideias divergentes para vencer um "antagônico" e também disse que será preciso construir uma aliança em Minas Gerais.

"Voltarei muitas vezes a Minas Gerais, tem muita coisa, muita aliança para ser construída e estou com coração aberto. Minha adorada Dona Lindu dizia: 'não desista, teime' e cá estou eu teimando com o povo de Minas Gerais para que a gente possa outra vez conquistar a independência desse país, a liberdade desse povo, para que possa morar, comer, ter acesso a cultura e lazer", disse. 

A cerimônia no Expominas começou por volta das 19h30, com cerca de 2h30 de atraso e reuniu lideranças não só do PT, mas de outras legendas, como o PSOL, PCdoB, Solidariedade, PV, PSB e Rede. 

Não havia representantes do PSD, partido do ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, pré-candidato ao Governo de Minas. PT e PSD tentam firmar uma aliança para as eleições. No entanto, os partidos esbarram na indicação do nome para a candidatura ao Senado. Os petistas querem indicar o deputado federal Reginaldo Lopes e, o PSD, o atual senador Alexandre Silveira. Kalil não compareceu ao evento. 

Críticas a Bolsonaro

O discurso de Lula também foi marcado por críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL). 

"Não adianta desconfiar da urna, você tem medo de perder as eleições e ser preso depois de perder as eleições", afirmou sobre as falas recentes do presidente contra a segurança das urnas eletrônicas. 

Lula também disse que a vitória de Bolsonaro em 2019 foi um erro histórico.

"A vitória desse cidadão em 2018 foi um erro da história brasileira. A negação da política, a denúncia contra a política, dizer que ninguém presta, fez com que esse cidadão fosse eleito. Queria dar um conselho: quando você, jovem, achar que ninguém presta e não tem político sério, não desista. Entre na política porque a pessoa decente que você quer está em vocês", discursou.

No palco

Ao lado de Lula no palco, estavam sua companheira, Janja, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffman, o ex-governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, além de prefeitos, vereadores e deputados estaduais e federais de várias legendas. 

Reginaldo Lopes, foi um dos que discursou no palco. 

Em seu discurso, Lopes relembrou o início de sua trajetória política nas eleições de 1989 e disse que, se aquela era a eleição da redemocratização do Brasil, agora "é necessário com voto popular eleger o candidato capaz de consolidar a democracia no país", disse em referência a Lula.

"Temos a oportunidade ímpar de garantir emprego a partir do seu legado, recuperar os direitos trabalhistas e previdenciários e recuperar a nossa juventude", discursou.

Quem também discursou durante o evento foi a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffman, que criticou Bolsonaro durante sua fala.  

"Do outro lado, está quem não tem compromisso, quem não sabe o que está acontecendo, que não dá resposta ao povo sobre a fome, o desemprego e a carestia. O povo está cansado. Temos muita responsabilidade nesse processo para retomar o Brasil para o povo brasileiro", disse. "E Minas é essencial para isso, é a síntese do Brasil. Minas é o nó que ata o Brasil e que transforma o país em uma coisa só", completou. 

Agenda

Lula chegou a Belo Horizonte no início da manhã da segunda feira (09) e se reuniu com representantes de partidos como  PSOL, PCdoB, Solidariedade, PV, PSB e Rede. Hoje(10) ele vai a Contagem e, na quarta-feira (11), a Juiz de Fora.