É inegável por parte de qualquer ser humano em sua sã consciência que a política tem por natureza ser aquela ciência institucional ligada à promoção e ao desenvolvimento na vida das pessoas. A justificativa de sua existência está bem ligada a coerência direcionada à arte de governar. E este governar não pode funcionar descompasso com a estimulação ligada ao bem comum na vida das pessoas.
Em tese, a pessoas que estão à frente dos poderes proporcionados pela política deveriam ser selecionados levando em conta o talento em torno do cargo e não simplesmente o poder econômico de cada um, como de fato é demonstrado a cada eleição. O político, como qualquer outro campo de atuação, deveria seguir à risca os moldes coerentes que de fato justifica a existência da política na organização da sociedade.
Infelizmente o que de fato acontece é a distorção entre a teoria e a prática por parte daqueles que fazem da política uma profissão. O fato da política se tornar uma profissão de carreira para muitos cidadãos não é nada negativo para a sociedade. O que demonstra desastre para a população é o político estando ele a frente do cargo fazer de seu poder uma espécie de monopólio de dominação ligado apenas a seus pares e deixando o bem comum no campo do esquecimento.
Esta prática viciosa que historicamente foi adotada pelos nossos governantes faz ruína na vida das pessoas, pois alguns cidadãos poderão entender a política como uma arte negativa para o meio e outros pelo fato de conhecer a real lógica da política desistirem de participar dela. E desta maneira os bons e talentosos para cuidar do bem-estar da sociedade não participam ativamente da política, principalmente no campo da disputa pelos espaços de poder. A consequência disso é que a sociedade fica sob o governo daqueles que pouco entende ou até mesmo desconhece sobre a atuação e abrangência da política.
Por fim, quanto mais aqueles sujeitos com conhecimento e capacidade para dirigir a política negar a sua participação dentro dela mais será facilitada a permanência dos que dela fazem a distorção. Assim a sociedade também se forma com o vício em torno de seu político de estimação pensando apenas no chamado toma lá, dá cá.