O policial penal Willian Lopes dos Santos, de 42 anos, suspeito de assassinar um jovem por ele ter chamado mulheres de "barangas", se apresentou na tarde desta terça-feira (2) no Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ele não tinha sido localizado desde sexta-feira (28), data em que aconteceu o crime.
Segundo fontes ligadas à investigação, Willian Lopes foi ouvido e liberado, já que passou o período considerado flagrante. Ele deixou a delegacia acompanhado pelo advogado.
A equipe de reportagem entrou em contato com a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) para saber qual será o procedimento a partir de agora. Em nota, a instituição disse que "informações poderão ser divulgadas ao final das investigações".
Chamou de 'baranga'
Câmeras de segurança registraram o crime, que aconteceu nesta sexta-feira (28), no bairro Copacabana, Região de Venda Nova, em Belo Horizonte.
Segundo a polícia, David Alexandre Castorino Moreira, de 23 anos, foi morto por causa de mensagens postadas em um rede social. Ele teria chamado uma menina de 17 anos para sair. A adolescente recusou as investidas do jovem e disse que contaria para a ex-namorada dele o que estava acontecendo. O rapaz, então, começou a chamá-la de "baranga".
A mãe da amiga da ex entrou na conversa, repreendendo o rapaz, que também chamou a mulher de baranga e a mandou "fazer uma janta". Em seguida, ele bloqueou todas nas redes sociais.
Foi então que o policial penal, de 43 anos, pai da amiga adolescente e marido da mãe dela, ficou sabendo do que aconteceu e foi até o local de trabalho da vítima, a loja de jogos de azar, para tirar satisfações.
Os dois começaram uma discussão acalorada, até que o policial penal atirou contra David e fugiu. O Samu foi acionado e, quando chegou, o jovem já estava morto.
'Ele só quis fazer ciúme em mim'
David morava junto com a namorada Ana Carolina Lopes há dois anos. Em conversa com a equipe de reportagem, Ana disse que, para provocar ciúmes nela, após uma briga, David mandou uma mensagem para uma amiga do casal.
"A gente tinha brigado e terminado. Aí, pra me fazer ciúmes, ele mandou uma mensagem para uma amiga minha falando que queria ficar com ela. Depois falou que, na verdade, nunca ia ficar com ela e que ela era uma 'baranga'. Só isso! A gente era um casal muito feliz", contou.
Para os familiares de David, o suspeito "destruiu uma família inteira". Eles pedem justiça.
"Ele não agiu no impulso, não teve uma ameaça contra a filha dele para que tivesse que ir lá tirar satisfação. Simplesmente, pra mim, ele é um bandido mesmo. Vai saber quantos ele já matou, né?! Ele poderia ter chegado conversando, mas já chegou armado. Meu sobrinho não morreu como covarde. Ele morreu como um homem", desabafou Raquel Cristina Castorino Porto, tia de David.