
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio da Promotoria de Justiça de Santa Bárbara e do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Apoio Comunitário, Inclusão e Mobilização Sociais (CAO-Cimos), realizou audiência pública para apresentação de estudos produzidos pela Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) e pelo CAO-Cimos sobre danos sofridos pela população residente na zona de autossalvamento da barragem CDS II. A estrutura de contenção de rejeitos de mineração é de responsabilidade da empresa AngloGold Ashanti, em Santa Bárbara. O evento, realizado na última quinta-feira, 29 de agosto, contou com o apoio da Coordenadoria Regional das Promotorias de Justiça de Defesa da Saúde da Macrorregião Sanitária Centro (CRDS-Centro).
A audiência,que ocorreu no distrito de Brumal, teve o objetivo de prestar contas sobre o trabalho prestado pelo MPMG e devolver à comunidade os resultados dos estudos técnicos produzidos. Além disso, a agenda possibilitou a escuta das pessoas para definição das estratégias de atuação do MPMG no caso. Bernardo Dolabella Melo, da FioCruz e Luiz Tarcizio Gonzaga de Oliveira, da Cimos, explicaram os estudos e seus resultados. Estiveram presentes os promotores de Justiça Shirley Machado de Oliveira, do Cao-Cimos, Lucas Bacelette Otto Quaresma, de Santa Bárbara, e Vanessa Campolina Rebello Horta, da CDRD-Centro.
Após as explanações, a palavra foi aberta para os cidadãos. Em suas falas, os moradores reafirmaram as conclusões do estudo apresentado e relataram o sofrimento que vivem em razão dos eventos críticos relacionados à barragem Córrego do Sítio (CDS II). Os debates apontaram alteração nos modos de vida, prejuízos à qualidade de vida e ao bem estar; prejuízos à saúde, em especial à saúde mental ou psicológica; mudança de hábitos ou costumes; redução do valor de mercado dos imóveis e perda de liquidez; prejuízos às atividades produtivas locais, afetando as dinâmicas sociais, econômicas e comerciais do território.
Dentre destaques nos relatos dos moradores, “insônia, estresse, tanta coisa na cabeça, a gente não consegue ter paz para seguir a vida!"; “muitas pessoas ainda moram porque não tem condições de viver em outro local”; “Estou vendendo a minha casa e não acho comprador!”; “A barragem continua, o desespero continua e qual vai ser a resposta?”.