Profissional em falta

A política é indiscutivelmente a mais democrática instituição dentre aquelas criadas em favor da sociedade. Na prática de seu funcionamento é demonstrado um certo descompasso, onde o seu domínio permanece quase que totalitário em poder daqueles com grande poder econômico. Além de ser tão democrática a política se tornou uma profissão a qual é buscada de maneira incessante por muitos dentro da sociedade, onde a corrida é feita quase sempre de forma desleal.  

Seguindo a linha lógica sobre a instituição política, em tese, deveria estar a sua frente pessoas que de fato tenham conhecimento das causas coletivas. Pessoas com capacidade em cuidar de gente, principalmente daquelas mais vulneráveis e que necessitam realmente de serem assistidas pelo poder público. O ocupante de cargo político deve ter discernimento entre o bem público daquilo que é pessoal sem deixar margem para a desconfiança sobre o seu caráter que muitas vezes é distorcido no momento da busca pelo poder.

De modo geral, a maioria dos postulantes de cargo eletivo, principalmente quando se trata dos poderes executivo e legislativo vai simplesmente em busca de poder. E esta busca por influência quase nunca tem relação direta com a disposição em defesa do bem-estar coletivo. A exposição nos períodos anteriores a conquista do poderio está sempre direcionada para a proteção de direitos da coletividade, mas que na verdade isso não passa de artimanha ligada ao convencimento dos outros.

Sendo a política uma profissão, com diversos campos de atuação, nota-se que a maioria das pessoas que tem sua ocupação ligada a ela não são profissionais do “ramo”, como em outras profissões, e também não precisam do emprego ofertado para a sobrevivência. O que realmente justifica a presença de muitas pessoas com despreparo e ligadas à política é a aspiração cada vez mais ao acúmulo de poder.

Por fim, a maioria dos políticos não sabe a grandiosidade do cargo em que ocupa e suas reais funções a serem desempenhadas. Os políticos também não precisam dos serviços públicos e dessa maneira dificilmente conhecerão a realidade daqueles que dependem totalmente destes serviços básicos, tais como, saúde, educação e transporte. Não tendo conhecimento e nem interesse, dificilmente a realidade da população será mudada para melhor.