O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) iniciou investigações sobre um crime de racismo cometido por um homem de 36 anos, após um vídeo gravado por ele ganhar grande repercussão nas redes sociais. No conteúdo, o suspeito faz declarações racistas e críticas à abolição da escravatura, gerando indignação e revolta entre os internautas.

O vídeo foi publicado entre a madrugada de sexta-feira (18/10) nas redes sociais do próprio homem, que trabalhava em um bar de Belo Horizonte. Em resposta à situação, o MPMG informou que as devidas providências estão sendo tomadas, conforme afirmou o promotor de Justiça e coordenador de Combate ao Racismo e Outras Formas de Discriminação, que acionou as autoridades responsáveis.

No vídeo, o homem profere ofensas racistas e questiona a assinatura da Lei Áurea, que aboliu a escravidão no Brasil. Seu discurso violento e ofensivo gerou rápida repercussão e críticas públicas.

 

 

 

 

 

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Críticas à Lei Áurea
No vídeo, o homem critica a Lei Áurea, assinada pela Princesa Isabel para extinguir a escravidão no Brasil, em 1888, e faz um discurso racista.

"É, rapaz. Trabalhar em bar não é fácil, não. Tem que aturar cada uma. Maldita Princesa Isabel, que assinou aquela Lei Áurea para acabar com a escravidão. Preto tem que entrar no chicote e no tronco mesmo, tem conversa não. Ai, ai... Tomar no c* . Vê se preto tem razão pra reclamar de p* de copo. Tem que tomar água do vaso essa desgraça. Falar pra você, viu... Eu tinha que ter vivido na época dos barões, cortar essa raça toda no chicote, amarrar no tronco e chicote estalando no lombo. Amarrar na caixa de ferro e deixar o dia todo no sol esses demônios. Falar pra você, viu... Eu tenho que aturar macaco aqui me enchendo o saco. Tomar no c*. "

De acordo com representantes de entidades de combate ao racismo, como a Comissão de Promoção da Igualdade Racial da OAB-MG, o conteúdo do vídeo deixa claro o crime cometido.

Após a viralização, o homem foi demitido imediatamente pelo proprietário do estabelecimento, que afirmou não compactuar com qualquer ato de racismo e que tomou conhecimento da situação após ser informado por clientes.

Além disso, informações da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) revelaram que o suspeito já possuía quatro passagens pelo sistema prisional. Ele se encontra foragido desde março deste ano, após não retornar de uma saída temporária concedida pela Justiça.

As investigações continuam em andamento, com a polícia sendo acionada para tomar as devidas providências.