Os exames periciais realizados em Stefany Vitória, de 13 anos, indicam que a garota não foi vítima de abuso sexual. A informação foi confirmada à reportagem por uma fonte ligada à investigação nesta terça-feira (11/03), um mês após o corpo da vítima ser localizado em uma área de mata em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Stefany desapareceu dois dias antes da localização do corpo, em 9 de fevereiro, após sair de casa para encontrar uma amiga. Testemunhas relataram que ela entrou no carro do pastor João das Graças, que era conhecido da família, durante o trajeto. Após o crime, o religioso foi para a casa de amigos, mas confessou o assassinato quando abordado pela Polícia Civil, indicando onde o corpo estava.

"Os laudos de necropsia confirmaram a morte por asfixia, e o crime de violência sexual deu negativo para a presença de espermatozoide no corpo da adolescente. Portanto, não foi confirmado o abuso sexual", informou uma fonte da instituição.

Apesar de ainda haver alguns exames pendentes de resultados, "não há indicativos", conforme esclarecido, para "mudança de cenário". "Acreditamos que não haverá a confirmação de abuso sexual porque o exame principal já foi feito e o resultado deu negativo".

A realização dos exames foi necessária, visto o avançado estado de decomposição do corpo da menina quando encontrado. "Não tinha como fazer o exame visual. Todas as técnicas foram utilizadas para a elucidação", complementou.

Continua após a publicidade

Quando Stefany desapareceu?
A adolescente foi assassinada no domingo (9 de fevereiro), após sair de casa para encontrar uma amiga. No entanto, ela nunca chegou ao destino. Testemunhas afirmaram ter visto Stefany entrando em um carro no meio do caminho. Outra pessoa relatou que presenciou um homem agredindo uma mulher na região — possivelmente o pastor e a jovem.

Stefany e o pastor já se conheciam?
Sim. A vítima chegou a frequentar a igreja do pastor junto com a mãe, mas, segundo familiares, não se sentia confortável no local. Por esse motivo, ambas deixaram de comparecer aos cultos.

O que levou o pastor a cometer o crime?
Segundo a delegada Ingrid Estevam, responsável pelo caso, o assassinato teria sido motivado por um tapa que Stefany deu no rosto do pastor. “Depois dessa agressão, ele se exaltou e acabou enforcando a menina. Ela estava a caminho da casa da amiga quando ele lhe ofereceu uma carona. Foi nesse momento que tentou alguma coisa com ela. Isso ainda está sob investigação, e o caso se torna mais complexo devido à forma como o corpo foi encontrado”, explicou.

O que aconteceu nos momentos finais de Stefany?
A adolescente tentou escapar antes de ser morta por enforcamento. Testemunhas disseram à família que viram o suspeito dirigindo um HB20 e entrando em uma área conhecida como Lagoa do Tejuco. “Relataram que uma pessoa, que aparentava ser jovem, pulou do carro e caiu à beira da estrada. Nas imagens feitas pelas testemunhas, é possível ver que Stefany saiu do banco traseiro. O suspeito desceu, pegou a jovem à força e a colocou de volta no veículo”, contou a delegada Ingrid Estevam.

Para onde o pastor foi depois do crime?
João das Graças estava na casa de amigos. Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, ele não resistiu à abordagem, confessou o crime e indicou o local onde o corpo de Stefany estava.

Onde o corpo de Stefany foi encontrado?
O corpo da adolescente foi localizado em uma área de mata, na divisa entre Esmeraldas e Ribeirão das Neves, bairro vizinho ao que ela e o pastor moravam. O homem abandonou a vítima perto de um monte utilizado para encontros de oração.

Como Stefany era vista por familiares e amigos?
Familiares e amigos descrevem Stefany como uma menina doce, que gostava de frequentar a igreja. Ela havia se mudado para o bairro ainda na infância e era bem conhecida na região.

Qual era a reputação do pastor entre os moradores?
Testemunhas afirmam que o pastor já demonstrava comportamentos inadequados e, inclusive, era acusado de assediar meninas na área.

Como Stefany se sentia na igreja do pastor?
De acordo com a família, a jovem tinha a sensação de que algo ruim aconteceria e sofria com pesadelos constantes. Esses problemas teriam cessado após ela parar de frequentar o local.

Por que vizinhos criticam a ação da PM?
Vizinhos de Stefany alegam que a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) se negou a registrar o boletim de ocorrência sobre o desaparecimento da menina, alegando que era preciso aguardar 24 horas. A Polícia Civil abriu procedimento investigativo para apurar a conduta dos militares.