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Tuta, o ‘novo Marcola’ do PCC, é preso na Bolívia e tinha fachada diplomática em Belo Horizonte

Prisão do sucessor de Marcola na Bolívia expõe como Tuta usava um cargo diplomático em Belo Horizonte para comandar o PCC e lavar dinheiro em Minas Gerais.

Diego Jorge
Por: Diego Jorge Fonte: Por Isabela Leite, Rodrigo Rodrigues, GloboNews e G1 SP — São Paulo
17/05/2025 às 07h58 Atualizada em 17/05/2025 às 08h27
Tuta, o ‘novo Marcola’ do PCC, é preso na Bolívia e tinha fachada diplomática em Belo Horizonte

Marcos Roberto de Almeida, o “Tuta” — foragido que usava um cargo de adido do Consulado de Moçambique em Belo Horizonte para mascarar suas atividades — foi preso na sexta-feira (16/05) em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, em operação conjunta da Polícia Federal (PF) com a Fuerza Especial de Lucha contra el Crimen.

A captura ocorreu num centro comercial após Tuta apresentar documento falso em nome de “Maycon Gonçalves da Silva”. Identificado, ele permanece sob custódia boliviana até que se conclua o processo de expulsão ou extradição solicitada pela Procuradoria-Geral da República. Considerado sucessor de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, no comando do Primeiro Comando da Capital (PCC), Tuta acumulava duas ordens de prisão preventiva e já havia sido condenado em primeira instância a 12 anos e 6 meses de reclusão por organização criminosa no âmbito da Operação Sharks, deflagrada em 2020 pelo Gaeco do Ministério Público de São Paulo.

Investigadores afirmam que o título diplomático em Belo Horizonte dava ao líder liberdade para reunir-se com a “Sintonia Final da Rua” — núcleo estratégico do PCC —, lavar dinheiro por meio de imóveis e empresas de fachada na Grande BH e enviar recursos ao exterior por meio do esquema dólar-cabo. A PF mineira, que monitorava essas movimentações, agora cruza documentos contábeis apreendidos com registros de aquisição de bens de luxo e transferências em criptomoedas.

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Com a confirmação da prisão, a Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Minas determinou revisão dos protocolos de segurança em presídios que abrigam integrantes da facção, enquanto a Polícia Civil avalia eventuais represálias. “O momento exige vigilância, mas não há indicação de ameaça iminente”, declarou o secretário Marcelo Ferreira.

Especialistas em crime organizado alertam que, embora a prisão seja golpe simbólico no topo da cadeia de comando, o PCC mantém estrutura descentralizada em pelo menos seis estados brasileiros e bases logísticas na fronteira boliviana. “Sem atacar o eixo financeiro, o impacto tende a ser curto”, avalia o criminólogo Rogério Trajano, da UFMG.

O Consulado de Moçambique em BH repudiou o uso indevido de seu nome e negou qualquer vínculo oficial com Tuta. A defesa do preso não se manifestou. No Brasil, além das condenações já existentes, ele deverá responder por falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, crimes que podem elevar sua pena para mais de 25 anos de prisão.

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