A diarista Kátia Regina Silvério, acusada de matar o marido e concretar o corpo dele, foi condenada na sexta-feira (08/08) a 10 anos, 6 meses e 15 dias de prisão em regime fechado. O crime aconteceu em 2022, após uma discussão. A pena deverá ser cumprida em regime fechado, e o direito de recorrer em liberdade foi negado.
O corpo do operador de máquinas Marcos Antônio Soares, de 50 anos, foi encontrado concretado debaixo da cama do casal, na ocupação Rosa Leão, em Belo Horizonte.
Segundo as investigações, enquanto assassinava o marido, a diarista aumentou o volume da televisão para abafar o som. Depois de cometer o crime, ela foi para uma missa.
Os três filhos do casal, de 9, 13 e 17 anos na época, estavam na casa, mas não ouviram nem presenciaram o assassinato (leia mais abaixo).
De acordo com o Ministério Público, o crime foi motivado por ciúmes e pelo fato de que a mulher não aceitava o término do relacionamento.
Defesa alegou que crime foi causado após provocação
A defesa de Kátia alegou que o assassinato foi cometido sob forte emoção, logo após uma provocação injusta da vítima (entenda mais abaixo).
O juiz Luiz Felipe Sampaio Aranha reconheceu que a diarista cometeu os crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver, mas também considerou válida a argumentação da defesa, o que permitiu a redução da pena.
Ciúmes
A discussão teria começado após a diarista ver mensagens no celular do marido. Durante a briga, ela teria esganado ele com as mãos, coberto o rosto dele com uma toalha e, após ele desmaiar, usado um carregador de celular e uma tira de pano para concluir o estrangulamento.
Depois do assassinato, a mulher escondeu o corpo debaixo da cama e foi à missa. Segundo a polícia, ela dormiu normalmente no local por cerca de uma semana, mesmo com o corpo concretado sob a cama.
A mulher confessou à polícia que matou o marido, Marcos Antônio, por ciúmes. Segundo a polícia, ela já havia demonstrado comportamento agressivo anteriormente, inclusive quebrando o carro do companheiro. O casal tinha histórico de agressões mútuas.
Moscas
Após dias sem notícias do pai, um dos filhos da vítima começou a desconfiar do desaparecimento e pressionou a madrasta. A mulher, então, levou os três filhos para a casa do pai dela.
Como não levou roupas suficientes, o avô das crianças foi até a residência da filha e, ao notar a presença de muitas moscas no quarto do casal, encontrou o corpo do genro escondido debaixo da cama.
A polícia foi acionada e, após o crime, a suspeita se escondeu na casa de conhecidos. Ela foi presa em novembro, em Vespasiano, na Grande Belo Horizonte, mais de três meses após a morte do marido.
Segundo a Polícia Civil, pessoas que ajudaram a esconder a mulher podem responder por favorecimento pessoal. Os filhos do casal estão com parentes e receberão acompanhamento psicológico.