Belo Horizonte sediou, nessa terça-feira (17/9), o evento de encerramento da série Minas Rumo à COP30, iniciativa que reuniu o Governo do Estado e empresas mineiras em torno da agenda climática e da preparação para a COP30, que ocorre em novembro, em Belém (PA).
 
A série foi promovida pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad-MG) e pela Cemig , em parceria com o Consulado Britânico em Belo Horizonte e com curadoria técnica da WayCarbon. O objetivo foi contribuir para os debates e negociações da COP30 e apresentar o papel que Minas Gerais ocupa nesse cenário.

O fórum reuniu autoridades governamentais, especialistas em mudanças climáticas, acadêmicos, lideranças empresariais e representantes de associações setoriais. A proposta foi promover um espaço de diálogo capaz de antecipar tendências e alinhar estratégias para o futuro.

A série foi dividida em duas etapas complementares. O primeiro evento, em junho, trouxe um panorama sobre a atuação do setor público na agenda climática, destacando a formulação de políticas públicas, iniciativas sustentáveis e compromissos institucionais.

Já o encontro de encerramento se concentrou nas estratégias e expectativas do setor privado, com debates sobre florestas plantadas, mineração, indústria, agronegócio e descarbonização da economia.

Para o subsecretário de Gestão Ambiental da Semad, Diogo Melo Franco, a diversidade de setores envolvidos reforça a necessidade de um planejamento integrado.

“Tratamos do papel da indústria florestal e da importância que tem para garantir desenvolvimento sustentável sem desmatamento de mata nativa. Também discutimos a agricultura, essencial para a segurança alimentar e ambiental. O planejamento ambiental precisa ser integrado para que possamos atingir resultados e avançar em qualidade de vida”, afirmou.

Na avaliação da superintendente de Qualidade Ambiental e Mudanças Climáticas da Semad, Renata Araújo, o ciclo cumpriu seu papel ao aproximar governo e setor produtivo em torno de compromissos concretos. Para ela, os dois encontros complementares ajudaram a fortalecer o papel de Minas no cenário climático global.

“Na primeira etapa, discutimos políticas públicas voltadas para a questão climática e iniciativas sustentáveis. Agora, no encerramento, os painéis trouxeram a visão do setor produtivo, com foco em descarbonização e redução de emissões. O Governo de Minas aderiu à campanha Race to Zero junto às federações, reforçando o alinhamento com compromissos globais”, destacou.

O mesmo entendimento foi compartilhado por representantes da iniciativa privada. A gerente de Desenvolvimento de Negócios da WayCarbon, Ana Carolina Oliveira, destacou a importância de consolidar as discussões em um documento que servirá de referência em Belém. “A ideia é complementar os debates iniciados no primeiro encontro, em junho, e consolidar essas contribuições para apresentarmos à COP30. Minas tem se colocado como referência nesse processo”, disse.

Já no âmbito da cooperação internacional, a diretora de Relações Governamentais e Comércio do Consulado Britânico em Belo Horizonte, Laura Queiroz, ressaltou que a parceria entre Minas e o Reino Unido é resultado de uma trajetória construída ao longo de anos.

“Estamos felizes com a conclusão desse projeto, que começou em junho. Minas foi o primeiro estado da América Latina a assinar o Race to Zero, e o governo britânico tem apoiado o estado desde o início. Esse projeto é a continuidade de uma parceria que nos orgulha”, afirmou.

Construção coletiva

O encerramento da série Minas Rumo à COP30 consolidou-se como um espaço de construção coletiva, no qual os setores público e privado alinharam perspectivas sobre os desafios da transição climática. O processo resultará na elaboração de um documento que reunirá os principais pontos discutidos ao longo dos encontros e que será consolidado e divulgado antes da conferência, de modo a subsidiar as negociações da COP30.

Com a iniciativa, Minas Gerais reafirma sua condição de protagonista nas discussões climáticas, ao mesmo tempo em que fortalece parcerias institucionais e amplia a participação de setores estratégicos no esforço global de mitigação das mudanças climáticas.