A mulher de 35 anos que assassinou a filha, de 1 ano e 2 meses, em Barbacena, na região Central de Minas Gerais, foi indiciada por homicídio praticado em contexto de violência doméstica, meio cruel e utilização de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Em conversa com a imprensa, nesta terça-feira (27), a delegada responsável pelo caso, Amanda Sfredo Martins Prezotti, informou que a avó materna foi indiciada por omissão de socorro.
O crime aconteceu no dia 12 de julho no imóvel em que a criminosa morava com a garotinha. De acordo com a perícia, 37 lesões por objeto perfuro-contundente foram constatadas na região do rosto, pescoço e tórax da menina. No entanto, não foi possível apontar se os ferimentos foram causados por faca ou tesoura. À época dos fatos, a mulher disse à Polícia Militar que teve um surto e não se lembrava do que tinha acontecido.
"O surto, a gente não pode descartar a possibilidade de ter havido. Ela fazia acompanhamento anterior com psicólogos e psiquiatra e fazia uso de medicação. Até então, de acordo com o prontuário, ela não tinha tido um episódio de surto psicótico. Mas, de acordo com depoimentos de psicólogos e psiquiatras, é possível que diante de um uso inadequado da medicação, ela viesse a ter um surto. Ela tinha sido diagnosticada com transtorno bipolar", detalhou Amanda.
Omissão de socorro
Segundo a Polícia Civil, a avó materna era a única testemunha presencial dos fatos. Inicialmente, ela foi ouvida como testemunha e, no final do inquérito, foi indiciada por omissão de socorro que ocasionou o resultado morte.
"Ela ficou durante toda a prática delitiva, de acordo com o que apuramos e a narrativa ela, na varanda da casa inerte. Após não ser atendida pela filha, ela ouviu os gritos da criança e não impediu que o fato ocorresse. Quando a autora saiu do local, e ela encontrou a criança toda lesionada, ela foi buscar ajudar cerca de 500 metros de distância do local dos fatos, sendo que ela tem diversos vizinhos ao lado", explicou a policial.
A avó está em liberdade. Já a mãe da criança permanece presa em uma unidade prisional de Juiz de Fora, na Zona da Mata.