'Lavamos o corpo dela com a água da calha', diz irmã de idosa morta em tragédia

Uma pessoa humilde, "mansa de coração", alegre e cheia de vida. Segundo a família, assim era Wilma Procópio Martins de Alvarenga, de 73 anos, que morreu durante o temporal em Santa Maria de Itabira, na região Central de Minas Gerais. O corpo da idosa foi sepultado nessa segunda-feira (22). 

Wilma estava com mais três irmãos em um sítio quando o imóvel foi atingido após o deslizamento de um barranco. Com a pandemia do coronavírus, há cerca de oito meses a família resolveu sair do centro da cidade. 

"Eu lembro do barulho que deu, eu gritando pedindo socorro e meu irmão dizendo que não podia ir na hora porque Wilma tinha sido atingida de uma vez por uma avalanche de terra, pedra e água. Pulei a janela e ficamos ali umas quatros horas. O corpo dela estava com muita lama, tivemos que lavar com a água da calha e depois caminhar com ele por uns 400 metros até o bairro União, onde colocamos na caminhonete, viemos para casa da minha irmã e depois para o IML de Itabira", contou a pedagoga Elizabeth Alvarenga, irmã de Wilma.

Ela teve alguns ferimentos no braço e recebeu atendimento no hospital de campanha do município.  Segundo Elizabeth, o imóvel ficou totalmente destruído. 

"Por causa da pandemia queríamos nos proteger. Nos livramos da pandemia, mas a morte veio de uma forma muito trágica. Perdemos muita coisa material, mas nada se compara a uma vida. Nós acreditamos que ela tenha se transformado em um anjo", finalizou.