A Justiça de Minas Gerais determinou que o detento Welbert de Souza Fagundes realize um novo exame de insanidade mental. Entre outros crimes, ele é réu por homicídio contra o sargento Roger Dias, em Belo Horizonte, quando o militar morreu após ser baleado na cabeça. Nesse processo, a defesa tem um laudo que atesta insanidade, enquanto o laudo da perícia descartou insanidade do acusado e ainda indicou tentativa de manipulação.
O novo exame será feito no processo em que o homem responde por dano após quebradeira no hospital psiquiátrico e judiciário de Barbacena, no Campo das Vertentes. Ele estava no local a pedido da defesa enquanto ocorria a primeira investigação sobre as condições psiquiátricas.
Conforme a denúncia apresentada à Justiça, Welbert se revoltou com um diagnóstico recebido pelo médico no Hospital Psiquiátrico e Judiciário Jorge Vaz, se levantou e passou a quebrar o consultório. Ele pegou um computador e lançou contra a parede.
Welbert ainda resistiu à atuação do policial penal que tentava conter a ação. Foi relatado, também, que o suspeito pegou um clip na tentativa de abrir as algemas. Na enfermaria, ele continuou agressivo e resistente contra a atuação policial, “o que ensejou o uso moderado de força e emprego de algemas”. Por se debater durante todo o processo, Welbert Fagundes teve lesão no rosto.
Por conta desse caso, o acusado teve prisão decretada em 12 de novembro. A juíza Flávia Generoso de Matos ponderou que o histórico criminal do suspeito “demonstra uma série de crimes praticados por ele, como homicídio e roubo”. “Além disso, encontra-se em cumprimento de pena no regime fechado, tendo comparecido a Unidade Médico Penal apenas para tratamento psiquiátrico temporário e, após, foi recambiado para sua Unidade Prisional de origem – Penitenciária Francisco de Sá. Sendo assim, vale evidenciar que trata-se de flagranteado que cometeu crime dentro da Unidade em que se encontrava para realização de tratamento psiquiátrico temporário, o que demonstra que sua internação não foi suficiente para inibir a prática de crimes”, avaliou.
O advogado de Welbert, Bruno Rodrigues Pereira, explicou que no processo de dano ao hospital psiquiátrico a defesa pediu a instauração de insanidade mental novo ou que apresentasse o documento obtido por perícia particular feita pelo psiquiatra forense Hewdy Lobo Ribeiro, conhecido por ter conduzido a avaliação de Adélio Bispo, autor do atentado contra o ex-presidente Jair Bolsonaro em 2018.
“A juíza indeferiu o pedido da defesa parcialmente e concedeu o pedido da defesa para poder instalar um novo procedimento é de insanidade mental. Então hoje ele tem dois (processos de insanidade), aí esse novo agora suspendeu o processo principal (de dano), abriu o procedimento da insanidade mental em Barbacena, e pedimos hoje uma dilação do prazo para ver se a gente vai trazer o assistente técnico Hewdy Lobo para esse processo também”, explicou. Inicialmente, não há problema se um laudo atestar a insanidade e o outro, do caso do homicídio, atestar a sanidade do suspeito. Contudo, caso o novo laudo seja positivo para questões psiquiátricas que tornem o réu inimputável, a defesa pode apresentar a nova prova no caso de homicídio.
A defesa ainda aguarda a decisão da Justiça no caso do homicídio, uma vez que o Judiciário tem na mesa um laudo oficial que atesta a sanidade e um laudo particular dos advogados que indica a inimputabilidade do réu.