
O policial militar Daniel Almada da Cunha, acusado de tentar matar um policial civil dentro da boate Chalezinho, no bairro Estoril, na Região Oeste de Belo Horizonte, na madrugada de 9 de fevereiro de 2015, está sendo julgado pelo Tribunal do Júri nesta quarta-feira (17). Um amigo dele, Diogo Fonseca Oliveira, denunciado por desacatar policiais e ameaçar a vítima, também é réu.
O júri começou por volta de 9h45. Durante a manhã, houve a fase de debates. Às 13h, foi interrompido para almoço.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, Daniel esbarrou em um homem dentro da boate. Os dois começaram a discutir, e o policial ameaçou dar um tiro nele.
Neste momento, o policial civil Leonardo Henrique Moreira da Silva interferiu na briga, para tentar evitar um final mais grave, mas acabou sendo agredido por Daniel com duas coronhadas na cabeça. O militar ainda apontou uma arma de fogo contra a vítima e acionou o gatilho três vezes, mas os disparos não foram efetuados porque a arma estava travada.
Em seguida, um amigo de Daniel o dominou pelo pescoço e pelo braço e o levou para outro ambiente da boate, para evitar a briga, de modo que, segundo o MP, o "homicídio não se consumou por circunstâncias alheias" à vontade do militar.
Ainda segundo a denúncia, na manhã de 9 de fevereiro, Diogo Fonseca Oliveira, amigo de Daniel que também foi conduzido à delegacia, cometeu desacato, ao dizer que "tinha sido conduzido de forma arbitrária na presença de uma autoridade pé de chinelo". Ele ainda empurrou cadeiras, bateu portas e colocou os pés sobre a mesa da unidade.
Diogo também teria ameaçado o policial civil Leonardo, no momento do registro da ocorrência. Em conversa com Daniel, ele disse que, depois, os dois iriam matá-lo.
Os acusados foram presos em flagrante, mas obtiveram liberdade provisória. Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp-MG), não há registros de entrada de Daniel e Diogo em unidades prisionais administradas pelo Departamento Penitenciário de Minas Gerais.