
O homem que confessou que matou a própria irmã por causa do latido do cachorro da família foi condenado nesta segunda-feira (30) a 10 anos e 8 meses de prisão. O crime aconteceu em 2018 em um apartamento no bairro Santo Antônio, na região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Esfaqueada no peito, a perita criminal Julieta Werneck de Andrade Carsalade não resistiu e morreu na frente da mãe. Quase dois anos após o homicídio, Carlos Andrade Casarlade sentou nos bancos dos réus e recebeu a sentença.
No julgamento, que aconteceu no Fórum Lafayette e foi presidido pelo juiz Daniel Leite Chaves, o homem disse que se arrependeu do assassinado. Na frente dos jurados, ele contou que a intenção não era matar a irmã e, sim, a cachorra.
No total, três testemunhas foram ouvidas: a mãe, uma tia e uma mulher que trabalhava no imóvel. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou que Carlos Andrade já tinha histórico de violência contra a irmã, inclusive, ela havia pedido medida protetiva contra ele.
Depois de ouvir a defesa e a acusação, os jurados chegaram à conclusão de que o réu cometeu homicídio qualificado por motivo fútil. O júri, no entanto, inocentou o homem do crime de feminicídio e descartou que ele utilizou recurso que dificultou a defesa da vítima.
De acordo com o Tribunal de Justiça (TJMG), o condenado está preso no Presídio Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte. Carlos Andrade pode recorrer da sentença, mas deve permanecer recluso enquanto aguarda o recurso.
O crime
O assassinato aconteceu no dia 10 de outubro de 2019, no apartamento onde moravam os dois irmãos e a mãe. Segundo a denúncia, o homem chegou no local com sintomas de ter ingerido drogas e, incomodado com o latido da cachorra, começou a agredir a irmã. A perita judicial chegou a ir para o banheiro para escapar das agressões, mas foi esfaqueada no cômodo.