
Uma das vítimas do desabamento de dois prédios residenciais na madrugada desta terça-feira (7), no bairro Jaqueline, região Norte de Belo Horizonte, André Luiz Alves Claudino, de 35 anos, trabalhava como motoboy durante o dia e, à noite, era vocalista de um grupo de pagode conhecido como PDA – Pagode dos Amigos.
Segundo vizinhos e amigos, ele estava retomando com as agendas de shows. No terraço da casa que desmoronou, André ensaiava todos os finais de semana com a presença de amigos e familiares.
"André era muito animado e trabalhador. Ele tinha uma carga horária puxada, trabalhava das 6h às 19h, todos os dias e ainda tinha ânimo para tocar em casa e nos shows", disse um amigo que preferiu não se identificar.
Banda lamenta perda de 'eterno cantor'
"É com um grande pesar que o grupo PDA recebeu a notícia da perda do André. Ele sempre foi o coração do grupo, conquistando todos com o seu sorriso e carisma. O legado dele será eterno, dado sua responsabilidade e por sempre nos ensinar a sonhar alto e acreditar no grupo", diz uma nota encaminhada pelo PDA à reportagem.
"Ele era a voz do PDA e sempre será, cada música de pagode nos lembrará sua voz, pois não havia ninguém mais apaixonado com música e com a historia do samba. Luto! Informamos que todos os shows estão suspensos", completa.
Pelo Instagram, a banda também lamentou a perda do músico. "A família PDA está de luto por você, nosso eterno cantor", diz o perfil. Várias homenagens e pesares publicados por pessoas que admiravam André foram divulgadas pelo conjunto.
Filipe Maciel, um dos membros do grupo Pagode dos Amigos, diz perdeu um grande amigo, que era quase como um familiar. Ele afirma que vai levar a voz de André com a banda e "vencer por ele".
"Me chocou muito. É uma pessoa que eu gostava muito, bem antes de a gente conviver na música. Éramos quase uma família, éramos muito próximos. Estou chocado. Foram oito meses de um trabalho que estávamos realizando com ele, viajamos, gravamos, tínhamos uma música para lançar. É como se fossem anos. Convivíamos mais entre a gente do que com nossas famílias. Tínhamos um sonho. Sei que ele vai estar torcendo pela nossa caminhada onde ele estiver. Vou vencer por ele. Vou dar o máximo de apoio à família", desabafa.
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Sete pessoas estavam em um dos imóveis que desabou
O Corpo de Bombeiros informou, nesta terça-feira, que sete pessoas estavam em um dos imóveis que desabou no bairro Jaqueline. Além de André, Antonella, uma bebê de um ano e oito meses, morreu na tragédia.
"Na edificação de três andares tinham pessoas com grau de parentesco. Eram sete pessoas: quatro pessoas nos andares inferiores, sendo um casal, uma adolescente e uma jovem. Outras três pessoas estavam no andar superior. Dessas três pessoas que estavam no andar superior, uma foi retirada com vida e as outras duas, infelizmente, vieram a óbito", explicou o tenente Pedro Aihara, porta-voz da corporação.
Imóvel de quatro andares
Ainda segundo o bombeiro, no imóvel de quatro andares que também desabou funcionava uma oficina. A estrutura desse imóvel ainda estava em fase de construção e não havia ninguém no local no momento do colapso.