
Foi preso o líder de uma importante e violenta facção criminosa denominada "Red Bull", responsável em comandar com "mãos de ferro" o tráfico de drogas no bairro Paulo VI, na região Leste de Belo Horizonte, entre os anos de 2011 a 2020.
A prisão de Rominho, de 36 anos, como o homem era conhecido, foi realizada na última terça-feira ( 7). A Polícia Civil apresentou o resultado da investigação nesta sexta-feira (10).
De acordo com a polícia, desde a adolescência Rominho já pertencia ao mundo do crime. Ainda menor de idade ele já era o responsável em matar traficantes que desrespeitassem as leis dos chefes do tráfico do bairro Paulo VI.
Rominho é suspeito de envolvimento em pelo menos sete homicídios, entre o fim de 2019, e o primeiro semestre de 2020 - sendo o executor de quatro e o mandante de outros três. Todas as vítimas possuíam envolvimento com gangues rivais a dele.
Dinâmica da Prisão
Rominho foi preso em Ibirité, na região Metropolitana de Belo Horizonte. Ele estava foragido desde o final do ano passado, quando saiu da prisão em cumprimento de uma detenção temporária - por ter cometido um assassinato, em 2004, e ter envolvimento em um triplo homicídio - quando ele matou uma mulher e os dois filhos dela, em 2005, e não retornou ao sistema prisional.
No momento da prisão ele não reagiu. O homem estava vivendo escondido da polícia em uma casa com a companheira e um filho pequeno. A polícia acredita que o homem planejava o retorno para o bairro Paulo VI, para voltar a deter a chefia do crime da região.
"Rominho era nascido e criado no bairro Paulo VI. Mesmo ele passando períodos presos ou até quando estava foragido morando em outra cidade, suspeitamos que ele ainda comandava o tráfico, e era o mandante das execuções a integrantes de facções rivais", explicou o delegado à frente das investigações, Leando Alves.
Ascenção criminosa
De acordo com a Polícia Civil, Rominho pertence a facção criminosa "Red Bull" desde a adolescência. Ainda jovem, no bairro Paulo VI, ele era responsável em executar traficantes que se colocassem contra as leis impostas pelo crime.
Em 2011, o tráfico de drogas no bairro era comandado por um único líder, até ele ser morto. A partir daí, toda a região começou a ser chefiada por um homem conhecido como "Careca". Quando Careca foi preso em 2019, Rominho se fortaleceu no meio criminoso deixando de ser o executor de assassinatos, para se transformar em um chefe de facção.
No entanto, neste período a região se dividiu em duas gangues: Red Bull" e "Beira Linha", período que Rominho declarou guerra a seus rivais, na tentativa de deter o poder do tráfico sozinho.
"Quando localidade se dividiu em duas facções. Rominho querendo deter o poder de todas as bocas de fumo para si promoveu uma guerra. A partir daí, a polícia começou a investigar a região, deflagramos a operação 360 graus, para entender como o crime e Rominho operavam na localidade," disse o delegado.
Guerra
No primeiro semestre do 2020, Rominho mandou executar de forma cruel quatro integrantes do grupo "Beira Linha". Em resposta a violência e a disputa de poder, no segundo semestre do mesmo ano, quatro integrantes do bando de Rominho foram assassinados.
Desarticulação das gangues
A partir do números elevado de mortes na região em um único ano, devido a disputa pelo território do crime, a polícia começou a investigar as mortes e prendeu oito homens - quatro integrantes da gangue que Rominho liderava e os outros quatro da "Beira Linha". A partir daí a polícia começou a acompanhar os passos de Rominho. A busca pelo homem demorou cerca de um ano, até ele ser preso.
"Rominho era a última peça para colocarmos fim a guerra do tráfico na região. Claro, que vamos continuar monitorando a localidade. Ele era a peça chave que faltava para melhorar os índices de criminalidade da região. Com a prisão dos oitos homens e a dele os índices de morte e violência na área do Paulo VI dimimuíram de forma expressiva" avaliou o delegado.
Perfil de matador
Segundo a polícia, Rominho matava suas vítimas de forma cruel. Ele também instigava e validava em seu bando a maldade excessiva.
"Rominho sequestrava, torturava, amputava e filmava suas vítimas antes de matar.Ele também ateava fogo e ocultava os corpos de seus rivais", disse o delegado.
Apreensões
Na casa de Rominho a polícia encontrou diversos documentos falsos, como carteira de identidade, CPF e certificados de reservista. Para a polícia, o homem disse que conseguiu as documentações que ele usava em benefício próprio no estado do Pará.